sábado, 13 de dezembro de 2008

C I R C U S

Psicodelias e políticas artísticas foi o gosto que ficou no céu da boca pela última fartura alimentícia de substratos abstratos.
De concreto o teatro – infiltrado de líquido, transbordante; permeado de sonoridades, imagens, falas, corpos e temperos do reino.
A cidade dorminhoca sonhava inexata as fomes contempladas.
“A luz que entra, não é a luz no fim do túnel” – diziam os insones da cidade – “são as portas, as portas abertas – são possibilidades!” – e onde há luz há alma. E por mais bandida, surreal, edificada, estrumenta, universal a vida a fome se consumia em alimento – e a mesa favorecia a comilança.

A felicidade consiste agora, para um dito nós (Barangandão, não estritamente quem o promove, mas todos que o creiam e criem), a felicidade consiste na perspectiva de superação de um estado quase moribundo da produção de arte (pela carência de viabilidade e veiculação – pela falta de portas arreganhadas mesmo!). O objetivo claro é ecoar a felicidade inaugural, amplificá-la, deselitizá-la, empoderá-la, a pô-la na condição de Amor incondicional. Sim! Haveríamos de falá-lo – de falar de tal sentimento hippie que nos insufla ainda como herança de memória e nostalgia utópica; mas já amadurecidos pra saber que tal Amor tem de ser realizável, político (tendo a política como nossas almas em contato direto), pragmático.

A felicidade passa também pela promessa cumprida, mais por quem foi prometido do que por quem prometeu. Os filmes abriram solenemente a noite: Prato Frio, de Eduardo Graça (substituindo o Carne Crua, de mesma direção, que fica para o próximo banquete - a ser confirmado); Ligações Cariocas, Vitor Munhoz; A Lenda de Fundação, Diana Iliescu; Nove Segundos e Vinte e Sete Frames, Camila Márquez e Terêncio Porto; e a estréia de Entreato – e Não Era Sequer Uma Luxúria de Amor, de Daya Gibeli, Victor Pessôa Rocha e Thatiana Verthein.
Daí os caminhos se infinitizam.


A banda Bandida pilhou os últimos grilhões;

depois a performance de Suani e Hamilton consagrou a libertação do palco,


preenchido de discursos por parte do D.C.E. e da EcoAção, fora os discursos poéticos salientando-se das sombras, pouco exploradas normalmente, (do lado das cadeiras do teatro).



Jam-samba-session de Wilson Moreno, Ricardo Saragoza, Martina Carvalho, Pablo Carioca, Fabio Bastos e outros.

A Uneversos enfatizou a dinâmica autoral das sonoridades afins do Barangandão,

o que a Edifício Lúcia,


Surreal Freak
e Ecstrumíh reafirmaram



– não sem o mágico movimento apresentado por Lívia Ferre ao Desanuviar a paisagem já repleta de luz e imagem,

com as fotografias de Giselle Veiga, as de Daya Gibeli e Barangandão, Hotel Catombe e foto-still do curta-metragem “Entreato – e não era sequer uma luxúria de amor”, e as pinturas de Beatriz Peixoto e as de Martina Carvalho.

Após as considerações feitas aos protagonistas, para a questão estrutural evidenciamos, saudosos, a Tribo Urbana, o nome de Moacyr, em colaboração e apoio fundamental aos ideais e afinidades nossas; repetirei a sigla do D.C.E., pelo teatro e amparo dado, vinculando o nome de Pedro Freitas, parceiro dos passos dados à direção oblíqua e verdadeira ainda a ser efetivada pelo que seja erigido conjuntamente.
Isso porque dizer obrigado é pouco e insatisfatório; Gracias seria mais apropriado – porque como a própria proposta do Barangandão é assim: o agradecimento e um desejo verdadeiro de reciprocidade do bem ofertado.

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